3 de fevereiro de 2009

ah o Carnaval...


qualquer semelhança não é mera coincidência, Carnaval francês 2008. Tudo culpa deles.

Pelo mundo, pela história
Virou uma festa pagã, mas não é. Presta atenção.O Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no Cristianismo da Idade Média. Naquele tempo o período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "Carnaval". Era um tempo de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os baile de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos.
Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa, com exceção do Natal. Como o domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir do equinócio da primavera (no hemisfério norte) ou do equinócio do outono (no hemisfério sul), e a sexta-feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa.
A festa carnavalesca surge a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da quaresma. Em outras palavras, se joga porque daquí pra frente é lenha!
Em geral, o Carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a Terça-feira gorda, ou Mardi Gras em francês. Falando em Mardi Gras, a homarada brasuca ia pirar nos EUA! O Carnaval é um dia só, terça-feira gorda. A balada acontece na rua também. A diferença é que eles ouvem pop americano, é o único dia do ano em que se pode tomar bebiba alcoólica na rua e pasmem: a mulherada, ignorando o frio que beira zero grau, se enche dos Mardi Gras (colares de bolinha vagabundos e coloridos) e tiram a blusa. Isso mesmo! O resto fica por conta da sua imaginação. Só lembra que lá beijar na boca em lugares públicos é atentado violento ao pudor.
Voltando à vaca fria, o Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Ulalá que fino! Se bem que os franceses têm a fama do povo mais antipático da face da terra...
Em Portugal, existe uma grande tradição carnavalesca, nomeadamente os Carnavais da Ilha da Madeira , da onde supostamente saíram os imigrantes que haveriam de levar a tradição do Carnaval para o Brasil. Esta tradição, tida como a maior manifestação de teatro popular em Portugal, remonta ao tempo dos primeiros povoadores e reflete um estilo teatral bem ao jeito dos Autos vicentinos. Graças à Deus (?) com eles vieram pra cá os negros que se misturaram aos poucos índios e construíram este modelo de Carnaval que a gente tanto aprecia. As misturas no Brasil deram muito certo!
Veja você que atualmente o Carnaval de Salvador está no Guinness como a maior festa de rua do mundo. Também pudera, além da grande população que a Bahia já tem, predominantemente negra, pessoas de tudo quanto é estado despencam-se pra lá e se jogam. Com todo respeito à baianidade, a coisa é meio selvagem e primitiva. A impressão que eu tive quando estive em Salvador nesta época, era de que todos os protocolos sociais caiam pela avenida e, como se não bastasse, eram pisoteados pelos foliões. .. Tudo bem, cada um na sua mas eu prefiro a nossa.


entrudo paulista

Em sampa, pela história
Depois do desembarque do entrudo em terras brasileiras, a festa, que viria a se tornar o Carnaval, desenvolveu-se de forma diferente nos diversos lugares em que floresceu: na Bahia, de forma ligada aos fortes ritmos africanos; no Rio de Janeiro, já desde muito cedo organizado em sociedades, o embrião das futuras Escolas de Samba; em São Paulo sob forte influência das populações que migravam do campo para a cidade, já no contexto da crise da economia cafeeira. Foi a população resultante do êxodo rural causado pela crise do café que desencadeou o início do Carnaval paulistano. Olha o interior aí!
O sambista paulista, acostumado à lida nas lavouras de café e migrando para a cidade para o trabalho operário, fazia o “samba de trabalho, durão, puxado para o batuque”, contrastando com o lirismo e a cadência do samba carioca. Além disso, o samba paulistano era decisivamente influenciado por outros ritmos fortemente percussivos, como o jongo-macumba, também conhecido por caxambu.
As Escolas de Samba surgem na década de 50 e predominantemente nos distritos industriais. É quando o samba passa de marginal à bom moço aos olhos da sociedade paulista. O primeiro desfile oficial paulista aconteceu em 1955. Nem faz tanto tempo assim... mas é bom viu!
O Projeto Escuta o Cheiro vai à forra antes da quaresma, uma semana antes do calendário oficial, com Roda de Samba e amigos!Vem pro Samba então dia 15!

Um comentário:

  1. descobri por acaso o blog! e curti demais a expressão toda. o texto, a sensibilidade, a criatividade! a veia brasileira - com todos os seus toques e retoques, batuques e badulaques africanos - está muitíssimo bem representada aqui! vou acompanhar!

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