12 de junho de 2009

o Amaury convidou o Candeia pra comer Fogado da Festa do Divino no interior paulista


O Amaury convidou
O Amaury é bacana! Todo mundo gosta dele! É daqueles caras simpáticos que estão sempre com um sorriso no rosto. É um dos fundadores do grupo “A Velha Arte do Samba” que, diga-se de passagem, é muito bom e bem expressivo cá por estas bandas de Campinas. Sempre com a sua boininha discreta, ele perambula pela cidade no maior estilo sambista de respeito com um jeitão bem peculiar. Viu o CasaCaiada nascer e sempre deu o maior apoio pros nossos queridinhos!
O Amaury tem boas histórias do Samba porque ele e o Samba são velhos conhecidos. Com quatorze anos o menino já passava o jagoné na família e ia pro centro da cidade encontrar o Dito Canela pra ver o samba do Acadêmicos do Samba, grupo fundado e liderado pelo Lorde Edgar. Quando você vier, pede pra ele te contar quem são esses bambas. Assunto não há de faltar!
Ele é nosso convidado dessa vez, próximo dia 21, nona ( nossa!) edição do Projeto. Na conversa com o CasaCaiada eles combinaram que o nosso próximo encontro irá homenagear nada menos que Candeia! Tem um vídeo lá pra baixo em que ele fala do Samba de Partido Alto. Se liga no jeitão e nas becas dos bambas! Pena que não dá mais tempo de convidar o Candeia pro Escuta o Cheiro... acho bem que ele até viria!
Vou fazer uma coisa que eu nunca faço... mas o release do Amaury é tão bacana de ler que eu vou transcrever na íntegra! Sem tirar, nem pôr! Olha:
Quem sou
Amaury Aparecido de Oliveira (tio beba) – Surdo e percussão. Um dos fundadores do conjunto Velha Arte do Samba, com quase trinta anos de estrada, já no final década de 70 tocava na noite na linha de samba e mpb, fazendo ritmo para vários artistas da região. Sempre envolvido em atividades culturais, em 2001 participei do movimento “Rua do Samba”, congraçando sambistas de vários lugares. A “Rua do Samba” foi o embrião para a formação do Velha Arte do Samba e, com certeza um dos pontos de partida para a pungente ascensão do samba em Campinas e região.
Minha paixão pelo samba vem das batucadas feitas nas festas na casa dos meus pais, dos discos 78 rotação tocados na vitrola, do rádio e dos programas de TV das décadas de 60 e 70, mas, o marco para que eu me decidisse a ter envolvimento com o samba, foi um dia ter passado defronte a Galeria Barão Velha e ver Dito Canela tocando seu tamborim e cantando com os Acadêmicos do Samba, grupo fundado e liderado pelo Lorde Edgar.
Era um sábado, acho que eu tinha uns 14 anos, estávamos numa turminha, todos foram embora, fiquei até o final do samba, cheguei em casa tarde. Levei a breca da minha mãe, mas, no outro sábado eu estava lá.
Daí para a frente tudo passou a começar e terminar em samba. Para os intervalos das aulas do colégio eu preparava no mimeografo apostilas com letras de samba para cantarmos batucando nas carteiras, os instrumentos da fanfarra passaram a ser usados como se de escola de samba, até que consegui formar um grupo imitando a formação antiga dos Originais do Samba. Tocávamos no Bosque dos Jequitibás aos domingos e, em todos os eventos festivos de nossas famílias e amigos. Convidados ou não.
As coisas foram acontecendo e logo eu estava tocando nas boas casa da época, Água Furtada, Sentimanto, Dom Pepe, Itapuã, Franguloso, Armazém, Desabafo, Tropical, hotéis(Vila Rica, Novo Hotel, The Royal...) e nos clubes da cidade e região.
De 1986 para a frente sociedade e a música começaram a mudar, os clubes e hotéis aos poucos vão perdendo a importância como agentes de entretenimento e cultura pára a comunidade, começam a surgir ritmos musicais de laboratório, muitos músicos por questão de sobrevivência se renderam ao modismo, restou a gente do samba retornar às origens, assim, vim participando e freqüentando as várias frentes de resistência e de divulgação do samba, a Rua do Samba de 2001 não foi a primeira, entre 1986 a 1989 fazíamos uma grande roda no Bar do Ari no Jardim Proença, chegamos a receber perto de 300 pessoas num botequim pequeno. O samba rolava na cancha de bocha.
Ah, os universitários propiciavam para o samba dois importante acontecimentos, o “Sambão da Matemática da Pucc”, este com características de entreterimento, mas com um bom resultado de divulgação e, o “Samba do Caldinho”, que acontecia eventualmente e com característica de roda de samba no DCE da Unicamp na Av. Barão de Itapura.
Nos anos 90 teve uma roda muito importante nas proximidades da Rua Delfino Cintra.
Enfim, de batalha em batalha o samba vem pedindo passagem e eu procuro estar sempre atrás, ao lado ou a frente, não importa onde nem como, espero sempre poder estar no samba e junto às suas importantes frentes, como vem sendo o “Escuta o Cheiro.
Sinto-me muito honrado com o convite.
Que os bom sambas nos acompanhem e, que nos saibamos acompanhá-los.


Ficou com vontade de conversar com ele? Então demorô pra você vir!

O Candeia
Ele é, sem dúvida nenhuma, um super bamba da maior responsa e teremos a enorme honra de homenageá-lo.

O Candeia era poliça, sujeito de voz potente, tomador de cerveja bem gelada, carioca da gema e compositor de mão transbordante de cheia. Nasceu na cidade maravilhosa e se criou no Samba. Tradiocinal das escolas, é até hoje um nome no panteão da Portela. Não tinha pra ninguém no Partido Alto. Morreu paraplégico com quarenta e três anos, deixou uma bela lembrança e uma enorme saudade. Era um cara das rodas de samba regadas à caipirinha e feijoada. Tocava no prato com colher debaixo das amendoeiras no Oswaldo Cruz. Aqui a gente faz a roda debaixo das jabuticabeiras que, diga-se de passagem, estão em flor! Venha ver e sentir o perfume e ouvir o Candeia! Te convido!
Com o enredo “ As seis datas Magnas” composto pra Portela em 1953, conseguiu a nota máxima em absolutamente todos os quesitos. Isso significa 400 pontos! Ninguém nunca mais fez isso na história do Samba. Acho que eu nem preciso ficar aqui falando... os feitos e a vida desse bamba são sensacionais mesmo!
Tive a notícia de que recentemente foi lançado um livro biográfico sobre o Candeia. Vou procurar e quero ler. Inconsciente e coletivamente confirma-se a levada!

Pra comer Fogado da Festa do Divino no interior paulista
Pensamos que fica uma coisa meio micada misturar o Samba com a Festa Junina... se bem que o jongo é bem caipira... vamos lá! Não podemos deixar de fazer alguma referência e esse batuque virá da cozinha!Faremos o Fogado de Paraíbuna. Tipicamente paulista diretamente do Vale do Paraíba. Em São Luis do Paraitinga o prato é servido na rua durante a Festa do Divino, morrem bem uns 20 bois pra isso. Se você for pra Ubatuba por Taubaté, pára lá, observa a bela cidade, compra um requeijão de corte e vai pra praia comer no café da manhã. Garantimos o prazer da paradinha. A cidade tem um carnaval super agradável e uma festa junina bem gostosinha!
"O Afogado é prato típico da culinária cabloca, herdado dos costumes dos escravos. Em uma só panela, cozinhar durante um período e distribuir em uma festa, sem desigualdades.
Prova! A gente já aprovou!

Ingredientes:
1 kg de músculo cortado em pedaços;
1 kg de mocotó;
2 colheres (sopa) de óleo;
1 colher (sopa) de sal com alho;
1/2 xícara (chá) de hortelã picada;
1/2 xícara (chá) de alfavaca picada;
1/2 xícara (chá) de urucum moído;
1/2 xícara (chá) de cebolinha picada;
1/2 xícara (chá) de salsinha picada.
Modo de Preparar:
- Cozinhe o mocotó em panela de pressão, retire o caldo e reserve.
- Cozinhe a carne com 1/2 colher de sal em panela de pressão, deixando em ponto mole, mas sem desfiar.
- Em outra panela coloque o óleo e o urucum, deixando fritar um pouco.
- Junte a salsinha, a cebolinha, a alfavaca e a hortelã, deixe refogar e junte 1 litro do caldo.
- Adicione este caldo na carne e deixe ferver pra pegar gosto.
- Coloque sal a gosto e se quiser um pouco de pimenta do reino.
- Na hora de comer coloque um pouco de farinha de mandioca no prato e a carne com caldo por cima.

Faz e me conta! Ou vem comer aqui que a gente vai fazer pra você!

Vem com tudo! Dia 21 tem festa dos amigos na 9a. edição do Projeto Escuta o Cheiro! Mande seu nome e sobrenome pra nossa lista. Só entra assim. Convide os seus amigos porque a gente vai te aquecer nesse outono junto com o CasaCaiada, o Amaury, o Candeia, caipirinha, cerveja e Fogado!

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