9 de dezembro de 2009

Tempero

Ah... quando passa a Ala das Baianas! Ai como é bonito de ser ver! Giram lindas e juntinhas no compasso do Samba, numa evolução que enche os olhos da gente, emociona! Seguram firme na avenida, algumas senhoras bem senhorinhas, outras senhoras senhoras, e algumas senhoras senhoritas! Eu tenho vontade de correr pra abraçar aquelas mulheres fofinhas! Fortes, lindas e poderosas. Meio mães, meio santas.
Eu já contei essa história, mas vou lembrar porque este mês tem baianas no samba do EoC. Ficou curioso? Pera que a gente já fala que baianas são essas e de onde elas vem.
Mas, voltando pra história. Quando o Samba era mal visto e os sambistas perseguidos, eram as mulheres, mães e esposas dos sambistas, que davam abrigo pro coitado no fundo do quintal. Cozinhavam pra forrar o bucho, pro Samba não ficar de pileque, protegiam e deram essa cara de moço de família pro Samba. Por isso é que quando o Samba voltou pra rua com boa fama, as Escolas passaram a homenagear essas mulheres valentes e protetoras, as “tias”, em sinal de gratidão. Taí neguinho! Foi daí que surgiu a tradicional Ala das Baianas nas Escolas de Samba. Baianas nos remetem às entidades afro, baianas são grandes, generosas e bonitas, baianas são alegres e enfeitadas, baianas nos fazem lembrar a Bahia, sim, porque o Samba nasceu lá na Bahia. Por falar em Bahia, tem Muqueca nesse samba! Tempero de Samba, de Samba de Roda, de Roda de Samba, tempero de “tia”!

Vem de saia rodada e chapéu! Fino que vai ser este Samba!


TEMPERO

Aqui de longe eu fico
Imaginando seu cheiro
E o gosto
De todos os teus sais

Minto se disser
Que nada mais quero
Quando vejo o aceno
Do verde olhar

Rubro lábio, Morena
Cor do dendê
Tempero, pimenta
Você

Nasceu do coco
Filha de Rainha, é Sereia
Gira sua renda
Brincando na areia

De seus Santos sou filho
Das mesmas contas, minha guia
É do atabaque a batida
E seu coração da Bahia

por Thiago de Souza.

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