14 de março de 2011

vem que o samba te cura essa ressaca

por tatiana braga para o projeto escuta o cheiro

E aí? Tudo direitinho turma foliã? Por aqui tudo na santa paz quaresmeira! A edição #30 vem com tudo! Vem com convidado bom de conversa e de cavaco, vem tempero novo no Batuque da Cozinha, vem com comemoração de aniversário de Thiagão com aquela turma costumeira da Império! Vem que vem! Vou contar tudo, tim tim por tim tim! Prestenção!


Você conhece o Favela?

O Favela, Arthur Tirone, é um sujeito bacana! Gosta de samba, toca cavaco, joga boa conversa fora no butiquim, gosta de futebol e de cerveja e produz, com muita competência, um projeto de samba na Barra Funda em São Paulo pra ninguém botar defeito: ANHANGUËRA DÁ SAMBA. Espia o blog e vira seguidor: http://www.anhanguera.blogspot.com/ .Já recebeu a nata dos bambas por lá: Nei Lopes, Monarco, Wilson Moreira, Germano Mathias, Noca da Portela, Gisa Nogueira e um tanto mais. Ficamos super contentes com essa ponte entre projetos legais que valorizam o samba tradicional e acabam por reunir um monte de gente que se afina muito bem! Me diga você? errada?

Bom, nessas andanças virtuais achei algo do Favela por ele mesmo que vou compartilhar com vocês! Esse bate bola tá registrado um blog interessante também, olha lá: www.umdejaneiro.blogspot.com

Nome: Arthur Tirone
Conhecido como: Favela
Data de Nascimento:
05/02/1982
Nasceu em:
Barra Funda
Mora em:
Barra FundaProfissão: Sei lá!
Escola de Samba:
Camisa Verde e Branco
Futebol: Corinthians e-mail: arthur.tirone@gmail.com
Instrumento, letra ou música?
Toco malemá o cavaquinho. Tenho umas poucas músicas, todas devidamente escondidas na gaveta; não sou compositor.
Sobre as memórias de infância...
A primeira música da qual tenho lembrança é um ponto de caboclo cantado no quintal da casa do saudoso Nicola, que uma vez por semana virava um pequeno terreiro de umbanda; e as preces ininteligíveis da Dona Marcina benzedeira. Pouco depois, eu ainda bem fedelho, minha mãe fazia faxina em casa aos sábados com a vitrola rodando Paulinho da Viola, Clara Nunes, Originais, MPB4, Robertão; ela também gostava de ouvir Ray Charles, Sinatra e Frank Valli. São essas as minhas músicas primeiras.
Sobre o começo...

A família da minha mãe tem uma coisa muito forte com a música; todo fim de ano a gente passava as férias lá na terra dela - Guaxupé, sul de MG -, cada ano na casa de uma tia-avó minha (são quatro). Tinha muita Folia de Reis – e, apesar de morrer de medo da figura do Bastião (com aquela máscara), a gente entrava e acompanhava. Quando juntava a família toda tinha muita comida e bebida, c
antoria, samba com instrumentos improvisados, marchinha, dança. Aquele monte de gente na maior animação; e as tias da minha mãe tinham essa alegria; era bonito demais! Credito, além disso, ter caído na batucada por causa do futebol de várzea. Meu pai, que sempre jogou no Anhangüera – e como jogava! -, tinha amigos em todos os times da região central. Virava e mexia ele ia assistir jogo no campo do Cruz da Esperança - clube dos mais respeitáveis da cidade -, na CMTC, no Sulamericano, Paulista, etc. Eu gostava do Cruz, era um crioléu de responsa. Depois do jogo eles ficavam bebendo e batucando – eu e o Ângelo, meu irmão gêmeo, devíamos ter oito, nove anos. E cantávamos Agepê, Eliana de Lima, Jovelina, Bezerra. Os caras davam a maior moral, gostavam de ver a gente, bem garoto, cantando. Quando eu já era mais crescido, com uns catorze anos, fui levado por alguns amigos do meu pai pras rodas de samba na Barra Funda, na quadra do Camisa – época em que conheci o pessoal da Velha Guarda e virei uma espécie de mascote do Dadinho, Melão, Paulinho do Cavaco, Gilmar, Bonitão e do maior de todos, Antonio Carlos Apolinário, o finado Zulu. Nessa época que eu comecei a beber (de leve) e a arranhar o cavaquinho. Cantava todo o repertório do Fundo de Quintal, do Zeca, muita coisa da Beth, Guineto – eu era parado na turma do Cacique!

Por onde andou...

Eu gostava de desbravar, conhecer tudo que era samba na cidade, mas vou te dizer: já faz um bom tempo que só vou a samba de amigo meu. (ando meio preguiçoso). Gosto muito dos sambas na casa do meu compadre Fernando Szegeri e também na casa da Railídia. Há uns dois anos conheci, através do meu irmão Bruno Ribeiro, a rapaziada da Vila Teixeira, em Campinas, que é da pesada. Continuo indo no pagode do Zonga na Rua Anhangüera, e de vez em quando armo uma batucada numa ruazinha da Casa Verde, num boteco que guardo a sete chaves.

Sobre um carnaval...
Essa eu assino o que disse o Bruno Ribeiro: carnaval bom a gente não lembra! E confesso: não sou, nunca fui, o bom folião. Sou daqueles que bebe de longe e fica admirando a beleza que mora nessa coisa de se entregar à rua, à Escola. Carnaval é coisa séria...
Por onde anda...
Bebendo conhaque e Cynar no balcão de algum bar na Barra Fu
nda, nos meus amigos, num campo de várzea, na mesa de truco, caxeta e tranca, nas dobradas.

Para finalizar...
Sou um sujeito que respeita a hierarquia – não as oficiais, mas a do mundo. A gente tem que aprender com quem é mais velho.
E pra fechar a conta: tenho medo de quem toca tantan.

Quer encontra o Favela? Vem aqui domingo! Em Sampa, vai lá no Ó do Borogodó, onde os Inimigos do Batente tocam aos sábados, ou no Clube Anhangüera, na pelada domingueira.

Batuque na cozinha :: a boa simplicidade

Dani e Lu, as tias da cozinha que nos salvam da bebedeira, que fazem feijuca e galinhada de dar água na boca, realizam a partir desta edição um desejo antigo. O de fazer uma receita bacana de amigos queridos, mudar o tempero e valorizar a diversidade que há, sim senhor, na baixa gastronomia. Salve a boa simplicidade! Tem coisa mais gostosa que um cozido, um feijãozinho fresco, uma panela saindo fumaça e aquele cheirinho de comida de mãe? Pois então, nossas amigas convidaram a mim e Paula pra estreia! Oulalà! Adoramos o convite e a receita escolhida foi o Picadinho na Caracú. Esse prato foi um dos mais apreciados durante o tempo que a gente comandava o batuque, foi de lamber os beiço mesmo, por isso resolvemos repetir e compartilhar a receita com vocês! Ficamos felizes com o convite! Gradicidas! A próxima receita pode ser a sua! Aposto que deve ter alguma coisinha bem boa no seu livrinho de receita, comida de mãe, de ou de tia! É só dar um toque que a gente agenda.

Vem cá, Escuta o Cheiro, tira o cotovelo da mesa e bom apetite!

Picadinho na Caracú (por Tat e Pauli)

rend.: 4 porções de mãe.

Ingredientes:

1 kg de alcatra cortada em cubos grandes

1 lata de Caracú

1 cebola picadinha

4 dentes de alho bem picadinhos

2 colheres (sopa) fartas de extrato de tomate Elefante

Pimenta do reino

Sal

1 folha de louro

2 colheres (sopa) de óleo de boa qualidade

Cheiro verde picadinho e fresquinho na hora de servir

1l de caldo saboroso (carne ou legumes feito em casa, por favor e sem sal!)

1 colher (sobremesa) manteiga.

Preparo:

Aqueça uma panela ( panela é sempre aquecida antes de tudo) com 1 colher de óleo. Sele muito bem a carne, retire, tempere com sal, pimenta do reino e reserve. Na bôrra coloque mais uma colher de óleo, o extrato de tomate e torre. Acrescente a cebola, o alho, o louro e refogue até ficarem transparentes. Deglace com 1 copo de Caracú ( vai fazer barulho e evaporar rápido. É isso mesmo, isso faz com que todo o sabor do fundo da panela permaneça no preparo).Volte então a carne, acrescente o caldo quente e deixe cozinhar em fogo lento, com a panela semi tampada. Durante o cozimento acrescente mais caldo se necessário. Quando a carne estiver bem cozida,isso leva 1h1h30, quase desfiando, acrescente o restante do Caracú e deixe reduzir até o molho espessar. Verifique nessa hora o sal e a pimenta. Lembre-se que o sal não evapora durante o cozimento, não exagere. Chegou no ponto, apague o fogo e coloque uma colher de sobremesa de manteiga gelada para dar brilho e acentuar o sabor!

Fazer um fogo lento, devagar é mais legal!Vai fazer na pressão, tá com pressa? Beleza, faça tudo igualzinho só coloque o caldo o o restando da Caracú ao mesmo tempo, tampe a panela e cozinhe por 30min, contados depois que pegar a pressão.

Putz, o molho não espessou? Tudo bem, vai o truque: Beurre Manié :10g de manteiga em temperatura ambiente +10g de farinha de trigo. Faz-se uma massinha e coloca na geladeira. Quando o prato estiver pronto, apague o fogo e vá adicionando aos pouquinhos, pequenas colheradinhas, mexendo sem parar para espessar o molho. Não precisa usar tudo. Quando atingir a consistência desejada pode para de colocar.

Pronto! Sobre o prato pronto salpique cheiro verde. Acompanha arroz branquinho.Couve refogadinha vai bem, catalonia ou azedinha também!

Comemora aqui porque a gente aprecia sim!

Nosso queridão, parceiro, truta, amigo, butequeiro, compositor da nova guarda, muso do verão (hahaha) Thiago de Souza, isso mesmo, o Thiagão, completa mais um ano de estrada no dia 17 e claro, a festa é aqui! Seus parceiros Celsinho Mody ''Estandarte de Ouro'' como melhor intérprete pelo Camisa Verde e Branco e Lagrilinha do Império de Casa Verde estarão aqui pros parabéns e as nossas fofas baianas também! Além dos nossos queridos amigos que fazem amizade, certeza, com os do Thi que virão pra esta festa supimpa de domingo! Aliás, quero aproveitar para cumprimentar, em nome de todo mundo por aqui, todas as queridas pelo dia Internacional das Mulheres!

Ufa, cabô? Não! Chegue cedo pra se garantir . Na edição passada, as 15h já tinha dado lotação. Aí meu bom, paciência na fila de espera... Nessa hora só serão privilegiados os convidados da Roda e os convidados do Thiago que constarem na lista impressa dele, que estará comco com com esta porteira que vos fala. Caso hajam mais aniversariantes com reserva prévia, o esqueminha de privilégio também vale. Num vem com nheconheco porque a gente gosta, e muito, de todo mundo igualzinho.

Nos vemos no domingo!

Abracitos!

Um comentário:

  1. Esse é o Favela! Admiro seu trabalho e proceder. Quietinho, como bom mineiro (tá no sangue, malandro), Arthur continua assim, cronista de primeiríssima qualidade e organizador de encontros sambísticos emocionantes!

    ...continue assim, Mano Favela! Parabéns!

    e parabéns ao Escuta o Cheiro! devo uma visita.

    abraços!

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